As comunidades virtuais, são fóruns onde predomina o debate, sendo que esta comunidade poderá ser aberta ou fechada, e é a essa comunidade que designamos por Chat.
Segundo Pierre-Léonard Harvey:
"As comunidades virtuais constituem um dos elementos fundamentais na análise da difusão e da apropriação dos media interactivos. Entendemos por comunidade virtual um conjunto de pessoas que constituem uma rede, onde os interesses dos membros se associam e onde se utiliza um código de comunicação comum através de ligações electrónicas, dos interfaces gráficos (ícons, textos, imagens, esquemas).” [1]
As pessoas têm interesses em comum, dando origem a uma empatia virtual, sem, no entanto, perder a sua própria identidade. Procuram-se gostos, interesses, prazeres e desejos em comum, de forma a estabelecer relações sociais e de sociabilidade. [2]
Segundo Castells, as comunidades virtuais não são sistemas organizados, não têm regras, nem possuem valores sociais; dá-se importância à livre comunicação e à liberdade de expressão. O autor ainda diz que: “os utilizadores geralmente tendem a tranformar as novas tecnologias para satisfazer os seus interesses e desejos”. [3]
A internet faz aparecer novos padrões sociais de inteacção social, faz surgir novas formas de relações sociais, efectuando-se estas nas chamadas comunidades virtuais, por comunicação online, fazendo muitas vezes esquecer, os limites do tempo e do espaço. [4]
É um local onde se verifica a prática de várias fantasias pessoais, tentando virtualmente ser o que na realidade não se é.
Nestas comunidades existe um núcleo íntimo de amizades, seleccionadas, onde a distância é um factor influente mas não decisivo.
Castells diz que apesar destes laços serem fracos não deixam de ter importância.
A sua fragilidade deve-se ao factos de os indivíduos construírem as suas relações pessoais a curto prazo, onde muitas vezes se vê alterado os seus próprios interesses pessoais, e tudo isto sem utilizar a sua verdadeira e real identidade. Também a enorme variedade de pessoas que se encontram nestas comunidades dá a possibilidade de escolher os parceiros. [5]
Segundo Pierre Lévy, frequentar uma sala de chat é saber estar em grupo, pois a realidade que se encontra é sempre uma realidade plena, mesmo que essa realidade seja virtual.[6]
O virtual não se opõe ao real, mas opõe-se ao actual. O real é o acontecimento de uma probabilidade pré-definida, e o actual é a imaginação de uma solução exigida por um complexo desconhecido.
O plano virtual não tem qualquer relação com o plano do imaginário ou da ilusão, pois ela produz efeitos; falar de realidade virtual não é falar de mentiras, ou do oposto do real. O que se verifica é uma heterogénese do ser humano, ele não mente, há uma transformação do que ele é para outra pessoa.
O virtual significa ilusão, é uma ausência, uma imaginação.
O plano virtual não tem uma presença, não tem um espaço, e assim podemos questionar “onde é que tem lugar uma conversa de chat?”.
Contudo, e apesar de não existir um espaço não significa que a conversa não exista, porque ela existe, e existe num determinado tempo, mesmo sem possuir um espaço.
Pierre Lévy afirma que o texto é um objecto virtual. Nas salas de chat o texto é a principal fonte de comunicação, ele existe na realidade, é virtual porque lhe podemos dar a interpretação que se desejar. O texto é assim o elo de ligação entre duas ou mais pessoas, muitas vezes separadas no tempo e no espaço.
O autor ainda afirma que o ciberespaço permite a criação de comunidades virtuais que se constroem, sobre as afinidades de interesses, de conhecimentos, de projectos mútuos, num processo de cooperação ou de troca, tudo isso independente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. Assim, as redes de computadores não substituem os encontros físicos, mas os completam. [7]
Citado por Castells, Barry Wellman, afirma que as comunidades virtuais “são redes de laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação, um sentimento de pertença e uma identidade social”. [8]
As comunidades virtuais despontam para um novo conceito de relações sociais, relações essas que Wellman designou por comunidades personalizadas; onde o sistema de redes se individualiza e se centram no individuo.
Numa pesquisa realizada por Custódia Pais, ela apura que as comunidades, ditas "electrónicas" ou "virtuais", são constituídas por indivíduos que participam, por exemplo, em grupos de discussão ou em sites de conversação, motivados pela partilha de interesses e esferas de competência comuns; ou apenas pela necessidade de esbater a solidão, dialogando on-line com outras pessoas. [9]
[1] Pierre-Léonard Harvey, Ciberespaço e Cimunáutica, Lisboa, Instituto Piaget, 2002, pág. 29
[2] Gustavo Cardoso, Para uma Sociologia do Ciberespaço – Comunidades virtuais em Português, Oeiras, Celta, 1998, pág. 25
[3] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 75
[4] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 145
[5] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 160
[6] Pierre Lévy, O que é o virtual?, 1ª Edição, Coimbra, Quarteto Editora, 2001
[7] http://www.cibersociedad.net/
[8] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 157
[9] http://www.ipv.pt/millenium/Millenium25/25_30.htm
"As comunidades virtuais constituem um dos elementos fundamentais na análise da difusão e da apropriação dos media interactivos. Entendemos por comunidade virtual um conjunto de pessoas que constituem uma rede, onde os interesses dos membros se associam e onde se utiliza um código de comunicação comum através de ligações electrónicas, dos interfaces gráficos (ícons, textos, imagens, esquemas).” [1]
As pessoas têm interesses em comum, dando origem a uma empatia virtual, sem, no entanto, perder a sua própria identidade. Procuram-se gostos, interesses, prazeres e desejos em comum, de forma a estabelecer relações sociais e de sociabilidade. [2]
Segundo Castells, as comunidades virtuais não são sistemas organizados, não têm regras, nem possuem valores sociais; dá-se importância à livre comunicação e à liberdade de expressão. O autor ainda diz que: “os utilizadores geralmente tendem a tranformar as novas tecnologias para satisfazer os seus interesses e desejos”. [3]
A internet faz aparecer novos padrões sociais de inteacção social, faz surgir novas formas de relações sociais, efectuando-se estas nas chamadas comunidades virtuais, por comunicação online, fazendo muitas vezes esquecer, os limites do tempo e do espaço. [4]
É um local onde se verifica a prática de várias fantasias pessoais, tentando virtualmente ser o que na realidade não se é.
Nestas comunidades existe um núcleo íntimo de amizades, seleccionadas, onde a distância é um factor influente mas não decisivo.
Castells diz que apesar destes laços serem fracos não deixam de ter importância.
A sua fragilidade deve-se ao factos de os indivíduos construírem as suas relações pessoais a curto prazo, onde muitas vezes se vê alterado os seus próprios interesses pessoais, e tudo isto sem utilizar a sua verdadeira e real identidade. Também a enorme variedade de pessoas que se encontram nestas comunidades dá a possibilidade de escolher os parceiros. [5]
Segundo Pierre Lévy, frequentar uma sala de chat é saber estar em grupo, pois a realidade que se encontra é sempre uma realidade plena, mesmo que essa realidade seja virtual.[6]
O virtual não se opõe ao real, mas opõe-se ao actual. O real é o acontecimento de uma probabilidade pré-definida, e o actual é a imaginação de uma solução exigida por um complexo desconhecido.
O plano virtual não tem qualquer relação com o plano do imaginário ou da ilusão, pois ela produz efeitos; falar de realidade virtual não é falar de mentiras, ou do oposto do real. O que se verifica é uma heterogénese do ser humano, ele não mente, há uma transformação do que ele é para outra pessoa.
O virtual significa ilusão, é uma ausência, uma imaginação.
O plano virtual não tem uma presença, não tem um espaço, e assim podemos questionar “onde é que tem lugar uma conversa de chat?”.
Contudo, e apesar de não existir um espaço não significa que a conversa não exista, porque ela existe, e existe num determinado tempo, mesmo sem possuir um espaço.
Pierre Lévy afirma que o texto é um objecto virtual. Nas salas de chat o texto é a principal fonte de comunicação, ele existe na realidade, é virtual porque lhe podemos dar a interpretação que se desejar. O texto é assim o elo de ligação entre duas ou mais pessoas, muitas vezes separadas no tempo e no espaço.
O autor ainda afirma que o ciberespaço permite a criação de comunidades virtuais que se constroem, sobre as afinidades de interesses, de conhecimentos, de projectos mútuos, num processo de cooperação ou de troca, tudo isso independente das proximidades geográficas e das filiações institucionais. Assim, as redes de computadores não substituem os encontros físicos, mas os completam. [7]
Citado por Castells, Barry Wellman, afirma que as comunidades virtuais “são redes de laços interpessoais que proporcionam sociabilidade, apoio, informação, um sentimento de pertença e uma identidade social”. [8]
As comunidades virtuais despontam para um novo conceito de relações sociais, relações essas que Wellman designou por comunidades personalizadas; onde o sistema de redes se individualiza e se centram no individuo.
Numa pesquisa realizada por Custódia Pais, ela apura que as comunidades, ditas "electrónicas" ou "virtuais", são constituídas por indivíduos que participam, por exemplo, em grupos de discussão ou em sites de conversação, motivados pela partilha de interesses e esferas de competência comuns; ou apenas pela necessidade de esbater a solidão, dialogando on-line com outras pessoas. [9]
[1] Pierre-Léonard Harvey, Ciberespaço e Cimunáutica, Lisboa, Instituto Piaget, 2002, pág. 29
[2] Gustavo Cardoso, Para uma Sociologia do Ciberespaço – Comunidades virtuais em Português, Oeiras, Celta, 1998, pág. 25
[3] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 75
[4] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 145
[5] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 160
[6] Pierre Lévy, O que é o virtual?, 1ª Edição, Coimbra, Quarteto Editora, 2001
[7] http://www.cibersociedad.net/
[8] Manuel Castells, A Galáxia Internet – Reflexões sobre a Internet, Negócios e Sociedade, Lisboa, Fundação Calouste Gulbenkian, 2004, pág. 157
[9] http://www.ipv.pt/millenium/Millenium25/25_30.htm
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