quarta-feira, janeiro 30, 2008

Clássicos da Sociologia


A sociologia nasce com Comte em 1839, como ciência independente. Posteriormente surgiram alguns teóricos que se debruçaram sobre o social, como foi o caso de Marx, Weber, Durkheim, Simmel, Pareto, Parsons, Merton, entre outros.
Anteriormente outros pensadores realizaram estudos políticos, filosóficos, económicos, e outros; onde os aspectos sociais estavam presentes. E pelo facto de se começar a fazer questões a nível do social, e de se verificarem problemas sociais surgiu a necessidade de uma ciência experimental e metodológica. Pode-se assim afirmar que a sociologia nasceu para ajudar outras ciências, e por essa razão elas são importantes para a sua compreensão.
Também na sociologia, à semelhança de outras ciências, existe um conjunto de pensadores que marcam uma determinada época ou corrente sociológica; pelos pensamentos e teorias criadas, tornando-se uma referência para os outros, e são a esses pensadores que se digna de clássicos.
Os clássicos contribuíram com paradigmas, conceitos, teorias, exploração e desenvolvimento científico, tornando-se fontes de conhecimento bastante importantes para actuais investigações sociológicas; porque são, presentemente, válidos e legítimos. Os clássicos não são contestáveis, são a priori verdadeiros e acreditados.
Por essa razão, os sociólogos contemporâneos, estudam os grandes clássicos e os utilizam nas suas investigações, geralmente dando preferência a um pensador, e que, muitas vezes, originam fundamentos para novas escolas.
No entanto as opiniões dividem-se: os positivistas e humanistas consideram que os clássicos devem ser apenas estudados apenas numa perspectiva histórica, os empiristas ponderam que não existe relação entre a sociologia e os clássicos.
Os clássicos são mais referenciados nas ciências sociais do que nas ciências naturais. Segundo os positivistas este facto deve-se estender também às ciências sociais, pois e semelhança entre ambas as ciências são elevadas; a ausência de clássicos deveria ser uma outra semelhança.
Segundo Merton, a ciência é sistemática e experimental, que possui conhecimentos anteriormente experimentados, verificados e considerados válidos. E que se podem resolver problemas contemporâneos com estudos feitos no passado, pois estes poderão ser considerados como pré-descobertas ou antecipações.
No entanto o estudo dos clássicos não pertence à Sociologia mas sim à História. Para ele não existem textos clássicos, existem apenas comentários e críticas, e o facto de se classificar um texto como clássico, está a torná-lo privilegiado. Estes textos devem ter uma componente prática e utilitária e como fontes de dados; devem ser estudados como história da teoria sociológica.
As ciências são evolutivas, empíricas e do seu consenso não-empirista, e também evolutivas, não podendo assim, formar clássicos.
Contrariamente, o autor do texto, não compartilha da opinião de Merton. Tanto nas ciências sociais como nas ciências naturais, as suas práticas são bastante diferenciadas; e a ciência natural é não empírica, facto esse, que faz com que esta não recorra aos clássicos.
Alguns autores, como Habermas e Kuhn, defendem que, primeiramente se deve definir o que é ou não é científico e empírico. Mas defendem que os textos clássicos são modelos importantes para os estudos realizados no presente, não devendo estes ser padronizados.
Mas é o empirismo que distingue as ciências naturais das ciências humanas. E são os seus profissionais que designam se existe ou não problemática científica, e especificidade, para se proceder a investigação. No entanto, nem todos os autores têm a mesma opinião: existe ou não base científica num problema.
Kuhn designa este facto de discordância como crise paradigmática. E nesta situação não se dá atenção aos clássicos mas sim ás dimensões empíricas da ciência natural, e aos modelos anteriormente apresentados, não empiristas, e anteriormente comprovados.
Nas ciências sociais estes modelos também têm uma enorme importância, mas igual importância é dada aos clássicos, e também às leis explicativas, empiristas e não empiristas.
Para Foucault, o que existe são discursos, dai designar a sociologia ser um campo discursivo, em busca da verdade, e como essa verdade poderá ser alcançada e definida.
Os positivistas dão primazia à explicação, em vez da teoria. Elevam a metateoria dos clássicos: Marx, Weber e Durkheim; considerando-os grandes analistas e empiristas, e não somente teóricos, e onde não existia o discurso mas sim uma metodologia teórica.
Logicamente que eles não tinham a mesma linha de pensamento e, com isso, verifica-se a existência de discrepâncias empíricas e ideológicas, originando diferentes operacionalizações de conceitos. E é nos estudos maiores, e em que a teoria está orientada que se verifica uma maior discussão dos dados empíricos; segundo Blau, o empirismo e a teoria andam sempre juntos mas em quantidades diferentes.
O que também varia segundo o autor é o discurso, a lógica, os modelos, a metodologia, definições, factos; para além da teoria e da empíria.
A adopção de um clássico é a adopção de um ponto de referência representativo, que facilita a discussão teórica, e como se segue uma teoria padronizada faz com que os cientistas tenham mais “confiança” no seu trabalho, pois têm como suporte um clássico, um nome que já deu provas válidas de conhecimento, sendo esta legitimada sem discussão, tornando-os privilegiados.Os clássicos são um contributo para as ciências sociais, são provenientes de grandes talentos, aos quais recorrem cientistas menos talentosos. No entanto também é necessário ter talento para recorrer e proceder uma selecção dos clássicos a utilizar.

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