Sedução nas salas de chat

O Homem, inserido numa sociedade individualista vê-se confrontado em criar novos tipos de redes para interagir e inserir-se na sociedade.

A novidade nesta nova rede de relações em que a Internet funciona com canal de comunicação é que o emissor e o receptor são virtuais, ou seja, cada indivíduo inserido numa sala de chat adopta um nick identificativo que coincida com uma ideia, tabu, preconceito do imaginário colectivo para que desta forma o grupo o identifique como tal.

As salas de chat funcionam como associações, canalizadoras e unificadoras em que os seus associados se reúnem em volta de um objectivo comum que variam consoante as salas.

No caso das generalistas, nomeadamente na sala por nós estudada existe uma convergência para jogos de sedução.

Segundo Jean Baudrillard, a sedução é um poder de atracção e de distracção, poder de absorção e fascinação, poder de destruição não só do sexo mas do real no seu conjunto, poder de desafio – nunca uma economia de sexo e de fala, mas algo de graça e violência, uma paixão instantânea a que o sexo pode chegar, mas que também pode se esgotar em si mesma.

O enigma sobre quem se encontra por detrás do nick funciona também como catalisador dos jogos de sedução que se desenrolam “A sedução tem a força de enigma a resolver: o outro é um enigma e, para seduzi-lo, é preciso tornar-se outro enigma para ele.

Seduzir é desviar o outro de sua verdade e essa verdade a partir de então forma um segredo que lhe escapa. É um poder de atracção e de distracção, um poder de absorção e de fascinação.

O chat é um espaço onde o jogo da sedução está bem presente.

O próprio mistério que envolve ambos os comunicadores é um sinal de sedução.

Qualquer pessoa pode seduzir, não existe nem sujeito nem objecto, a sedução actua nas duas vertentes, nós tanto podemos ser abordados e “seduzidos” como podemos abordar para tentar seduzir.