domingo, outubro 22, 2006
Opiniões
Após a notícia da confirmação de um novo referendo, “visitei” alguns ciber-fóruns, pois tinha curiosidade em saber a opinião das pessoas, acerca deste tema.
O termo: 'Interrupção Voluntária da Gravidez' é um termo que não é por si verídico e que leva ao engano, pois sabemos que quando algo é interrompido, pode ser retomado… o que não acontece no caso do Aborto, em que se dá um fim absoluto a uma vida, sem possibilidade de retomo.
Muitas pessoas pensam que um novo referendo se irá realizar, porque o nosso governo não quer assumir a responsabilidade e aprovar a lei da despenalização do aborto. Assim culpa-se a política: a esquerda apoia, a direita é contra e o centro apoia sem a necessidade de referendo.
Algumas pessoas falam acerca da alma: será que ela apenas nasce na pessoa quando esta sai do ventre da sua mãe, ou nasce com a sua concepção.
O egoísmo, a cobardia e o pecado são substantivos ligados ao aborto, numa esfera mais moral e espiritual.
Outros culpam a sociedade por o aborto não ser ainda uma prática usada livremente, condenam-na por uma suposta autoridade sobre o corpo da mulher.
Uns falam que o termo, interrupção voluntária da gravidez, é um termo pomposo que se encontrou para designar a liberalização de uma matança; dar a legalização a uma imoralidade.
Neste assunto, fala-se, para além de vida, dos direitos e liberdades das mulheres; que elas deverão decidir o que fazer no seu próprio corpo. Fala-se em pobreza e em falta de condições para sustentar mais crianças.
Apoia-se a liberalização do aborto, mas reprova-se a educação sexual nas escolas, não se adoptam meios anti-contraceptivos. O importante é o prazer do momento, e se a mulher engravidar, ela é que tem de decidir, sozinha.
Mas o que me chamou mais a atenção foi que, a maior parte dos comentários, eram escritos por homens, as mulheres continuam, muitas delas, em silêncio.
E se fossem os homens a engravidar?
Será que eles apoiariam de igual forma a despenalização do aborto?
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6 comentários:
Quero primeiramente felicitar-te, como autora deste blog, pela sua coragem em tocar em assuntos que as pessoas preferem não falar. Achei este artigo interessantissimo, principalmente o pormenor em que salientas que algo interrompido pode ser retomado, mas a interrupção da gravidez mata definitavemte, sem voltar a atraz.
Na minha modesta opinião:
O país simplesmente não tem um plano de contingência sexual, ou seja, tudo o que tem a ver com a gravidez, o aborto e a contra concepção são simplesmente tabus.
Ninguém quer ouvir falar destes assuntos e muito menos decidir sobre eles. Simplesmente os remetem para a sociedade para não assumirem qualquer responsabilidade.
Creio que é do desconhecimento público, que a população portuguesa está muito envelhecida, logo ou nascem crianças, ou temos uma grande probabilidade de "desaparecer".
Também devem desconhecer que devido ao fraco planeamento familiar, temos "crianças" a dar à luz crianças.
Logo, a meu ver nada passa pelo aborto, mas sim por uma educação sexual eficaz, benefícios às família que pretendem ter filhos, menor burocracia para a adopção e melhores condições nos centros de acolhimento para órfãos e crianças em risco.
Se decidissem sobre isto, o nosso país ia a algum lado.
Apesar de ser cristã convicta, não preciso fundamentar a minha opinião com a palavra de Deus, simplesmente é necessários fazer com que os outros compreendam a condição precária em que está Portugal, neste preciso momento.
Ola ana..
obrigado pelo teu post no meu blog...
És tu que estas agora a assistir no ccva certo?
Tens um bom blog parabens!
Deixo o meu MSN para dps saber quem és!
Osculos
filipe_miguez@hotmail.com
Obrigada Daniel, o teu elogio é gratificante, pois tu escreves muito bem. Muitas vezes as pessoas pensam que se não falarmos nas, e das, coisas elas caem no esquecimento. E este é um tema que não deverá, jamais, cair no esquecimento!
Um abraço
Olá di, obrigada pelo teu comentário. Um dia destes vou escrever acerca da educação sexual e da contracepção, obrigada pela ideia.
Um abraço
Gosto imenso do teu Blog Filipe...sim estou desde Agosto no CCVA, mas já renasci há 20 anos...espero ter oportunidade para nos conhecermos melhor.
Um abraço
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